Em um pequeno bairro de uma cidadezinha de interior morava uma menina de 10 anos, chamada Isabelle.
Ela era uma menina que adorava cantar, cantava como um cardeal.
Todos os dias depois de chegar da escola ela cantava. Os vizinhos fingiam não ouvir só para a menina não ficar com vergonha. Ela cantava tão bem que um dia sua mãe resolve a colocar no coral da sua escola. Sua voz era tão linda quanto à voz da sua professora de canto. Passaram-se alguns meses e suas apresentações estavam mais freqüentes e importantes também. Até que um dia ela foi convidada a participar do coral municipal.
Isabelle ficou tão contente que decidira passar o resto de sua vida cantando. Com isso sua mãe a colocou em uma agência de talentos pequena que acabara de ser fundada na pequena cidade. Pois bem, lá estava ela cantando para várias cidades do interior do estado. Ela sempre foi muito tímida com o público, mas superava sempre, pois tinha sua professora do coral que sempre a apoiava.
Um dia teve um evento para apresentar melhor a agência de talentos ao município. Teve a apresentação de “modelos”, sim, aquelas meninas de 13 anos gordinhas, baixinhas, mas eram as modelos da agência. Teve também apresentação de dança, a qual ela também participava. Após todas as apresentações o público esperava as duas únicas cantoras da agência. A primeira se apresentou, e depois foi à vez de Isabelle. Estava programado que Isabelle cantaria duas músicas e encerraria o evento. Isabelle subiu ao palco e cantou as duas músicas previstas.
Mas o público havia gostado tanto da sua apresentação que o “produtor, diretor e faz tudo da agência” resolveu apresentar e mandá-la cantar uma música que ela nem havia ensaiado direito. Gilberto seu produtor mandou tocar a música, e a empurrou para frente do palco.
A menina morta de vergonha e sem saber o que fazer e acaba olhando para o público. Ela começou cantando baixiinho e acabou se perdendo na música, o público repara sua timidez e todos ao mesmo tempo se calam. Menos uma mulher, com uma aparência nada bela, esta mulher era muito estranha, do nada começa a apontar e rir de Isabelle. Ria muito, caçoava a pobre menina. Isabelle deu um passo para trás e desce do palco correndo e chorando.
Depois disso, nunca mais Isabelle conseguiu cantar para o público, nem para sua família.
Quando Isabelle tinha 16 para 17 anos ela voltou aos poucos á cantar. Mas cantava som sua irmã mais nova, e quando lavava a louça. Não era mais a mesma alegria. Mas sua voz continuava bela.
Aos poucos Isabelle está conseguindo superar seu trauma, com amigos e seus familiares.
(Ana Vitória Teixeira, São Jerônimo: 15 de outubro de 2010).
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